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    "A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez." (Friedrich Nietzsche) Este Blog eu uso minha criatividade e mostro algumas coisas legais que acho por aí! Espero que se divirta tanto como eu aqui,vamos lá,tentar dominar o mundo! YOU HAVE NICE DAY!!! MicheLogan,um lobo solitário!


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Adaptar um livro como “On The Road”, clássico semi-autobiográfico Beat escrito por Jack Kerouak, requer coragem. No mínimo. Desde a década de 50, quando foi publicado pela primeira vez, milhões de pessoas, em geral jovens sem muito rumo na vida, o leram e, nos anos que se seguiram, chamaram-no de ‘o livro da minha vida’. Essa quantidade de memória afetiva é justamente o que faz com que cineastas queiram adaptá-lo, mas, ao mesmo tempo, é o que torna o processo espinhoso.


O diretor brasileiro Walter Salles resolveu encarar o desafio. E, a partir daqui, existem duas formas de encarar este filme, ou mesmo este texto: a primeira é ficar com uma edição do livro debaixo do braço, vociferando contra todas as liberdades tomadas pelo roteiro de José Rivera; a segunda é embarcar na onda do filme, se divertir e se emocionar um bocado, para depois começar a pensar sobre as diferenças entre as duas obras.


O filme é centrado e narrado em primeira pessoa por Sal Paradise, alter-ego de Kerouak, interpretado por Sam Riley. Ele precisa/quer escrever/ser escritor, mas não sabe sobre o que, já que sua vida não é lá muito interessante, já que, como disse seu pai, lhe faltam calos. É quando entra em cena Dean Moriarty, interpretado por Garret Hedlund. Se Paradise é uma cabeça sem histórias ou experiências, Moriarty é uma força da natureza, que só quer sentir, viver, apreciar, sem consequências. E seguir com ele América adentro é a única forma de conseguir o que Paradise pensa faltar em si mesmo.


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A vida, então, se torna um colecionar de histórias, de conversas, de pessoas, de situações, de trabalhos, de problemas, de paisagens, enfim, de experiências. O filme mostra tudo isso embalado em belas atuações, fotografia mais do que bonita e músicas de jazz (assim como o livro parece um improviso beebop) de tirar o fôlego. A trilha foi composta pelo argentino Gustavo Santaolalla, que já tinha trabalhado com Salles em “Diários da Motocicleta”.


Aí você me viu elogiando as atuações e lembrou (ou viu nas fotos) que Kristen Stewart está no elenco. Pois bem, mantenho o que disse. Sua Marylou, primeira esposa de Moriarty, é volúvel e libertária, como a personágem parece ser. E, creia-me, ela faz caras e bocas e é capaz, até mesmo, de ficar com os olhos cheios de água ao ouvir uma música bonita. Até que se prove o contrário, porém, o mérito vai mais para a direção de atores de Walter Salles que para ela.


Ainda que você não enxergue o mesmo que eu na atuação de Kristen, não se preocupe. Ela não é o mais importante do filme. O negócio está mesmo nas mãos de Riley e Hedlund. O primeiro é o intelectual americano típico, cheio de incertezas e frustrações, enquanto o segundo é uma força da natureza. Fica bem fácil entender a fascinação que todos os outros personagens (e o receio de Bull Lee, maravilhosa participação de Viggo Mortensen) por Moriarty, muito graças à interpretação de Hedlund.


E já que mencionei Mortensen no parágrafo acima, dá para aproveitar a deixa e falar um pouco sobre os outros personagens secundários. De Kirsten Dunst – ainda que meio velha para o papel – como Camille, a segunda esposa de Moriarty, até Tom Sturridge, como Carlo Marx, passando por Steve Buscemi – como alguém que oferece carona à dupla principal –, Amy Adams, Alice Braga, Terrence Howard e tantos outros. Cada vez que um personagem novo aparece em cena, é uma nova possibilidade de atuação, em geral, acima da média. Novamente, creio, mérito para Salles.


E, finalmente, uma comparação direta com o livro: diferente do que estamos acostumados com o cinemão americano, nenhum dos personagens de “Na Estrada” precisa aprender nada. Não há lição, não há climax, não há revelação. Assim como o livro. Por um lado isso pode soar pretensioso e acabar afugentando um ou outro incauto. Mas, antes disso, é possível que você já esteja curtindo a vida louca de sexo, drogas e viagens.




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